quarta-feira, 3 de junho de 2015

Como foi a assembléia de greve dos técnicos administrativos desta quarta-feira (03/06)



Como já informei aqui no blog ontem, o comando de greve dos técnicos administrativos da UFAL teve uma reunião com o Reitor Eurico Lobo, a vice-reitora, o pró-reitor da PROEST e a pró-reitora da PROGEP (leia o relato da reunião neste link).

Nessa reunião, a reitoria pediu que os servidores grevistas não trabalhassem no sentido de inviabilizar a realização de um concurso público para professores no dia 08/06, o Caiite (Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia), o Femufal (Festival de Música da UFAL), além de outros concursos do mês de junho e julho.

Segundo o reitor seria imprescindível que os concursos não fossem adiados, pois, segundo ele, se as provas não fossem realizadas na época marcada, as mesmas só poderiam ser realizadas no mínimo seis meses depois, causando um grande prejuízo para a sociedade. Informou também que isso atrasaria bastante a abertura do curso de medicina de Arapiraca.

No momento da reunião dissemos que, para atendê-los em algo dessa dimensão, seria necessária uma contrapartida também por parte da reitoria em atender a nossa pauta local. De todo modo, informamos que não temos autonomia para decidir a respeito desse tema e que precisávamos consultar a base da categoria para que decidíssemos coletivamente se permitiríamos a liberação dos servidores para o concurso e esses eventos.

O segundo tema que seria discutido na assembléia seria o posicionamento do SINTUFAL (Sindicato dos Trabalhadores da UFAL) quanto ao desejo dos funcionários da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) de votarem nestas eleições para reitor. Isso porque o Sintufal possui direito a duas cadeiras no conselho eleitoral, que está decidindo sobre a legitimidade dos servidores da EBSERH em escolher o reitor da UFAL.

Os servidores da EBSERH defendem que possuem o direito de votar no reitor da UFAL pois também são servidores públicos, com SIAPE e estão trabalhando para o Hospital da UFAL. Portanto seriam também servidores da UFAL com direito a voto.

Por outro lado, os que se opõem a essa idéia argumentam que, apesar de estarem trabalhando no Hospital Universitário, o vínculo desses servidores é de terceirização, pelo fato de a EBSERH ser uma empresa pública contratada pela UFAL para gerir o hospital. Como são terceirizados, não deveriam ter direito a voto.

A assembléia iniciou às 10:30 desta quarta-feira (03/06) no Hall do Hospital Universitário. Segundo visualizei na lista de presença, próximo do fim da assembléia, compareceram mais de 230 servidores. Esse número é bem superior aos aproximadamente 150 da assembléia anterior (Veja como foi essa assembléia neste link).


Sobre os servidores da EBSERH votarem na eleição para reitor

Foi decidido que inicialmente seria votado o posicionamento da base da categoria em relação aos servidores da Ebserh poderem votar nessas eleições.

Eu não estive presente nesse momento da assembléia, pois estava em uma reunião de greve com os meus colegas do NTI (Núcleo de Tecnologia da Informação), portanto irei mencionar o que me foi relatado.

Nesse momento da assembléia, o Hall dos Hospital estava lotado e houve uma discussão bastante acalorada sobre o tema. Pessoas favoráveis e contrárias deram suas opiniões e recebi mensagens de pessoas presentes na assembléia do tipo "tá um risca faca da poxa", "ânimos alterados", "pegando fogo", que apesar de exageradas, resumem um pouco o clima no local.

Ao final da discussão, a assembléia votou de forma quase unânime pelo posicionamento contrário ao voto dos servidores da EBSERH para escolha do reitor.

Os servidores deixaram claro que os dois representantes do Sintufal na comissão eleitoral não poderiam ter outro posicionamento na comissão a não ser o de informar o posicionamento da categoria e que não poderiam, sob hipótese alguma, votar de forma diferente do consenso da base.

Com a votação encerrada, encerrou-se a discussão desse tema.


Sobre os pedidos da reitoria de os grevistas não interromperem concursos e eventos

Na assembléia foi lido o documento encaminhado pela reitoria em que pediu que os servidores não impedissem os concursos e eventos já citados anteriormente aqui. Foram passados informes sobre como foi a reunião entre o comando de greve e a reitoria. Depois abriram-se as discussões.

Os servidores da CPS (Coordenação de Processo Seletivo) apresentaram-se em peso na assembléia onde reiteraram que a greve em seu setor representa 100% dos servidores.

Atendendo ao pedido do sindicato, eles prestaram esclarecimentos acerca da realização dos concursos citados pelo reitor.

Avisaram que o retorno às atividades da equipe de concursos não é algo simples, pois a logística dos processos envolve diversos setores de toda a Universidade e o trabalho de centenas de pessoas entre professores, servidores e outros contratados.

Caso a categoria decidisse aceitar contribuir na realização desses concursos, isso representaria uma enorme desmobilização do movimento grevista, o que seria prejudicial a todos.

Sobre a alegação do reitor de que um adiamento do concurso resultaria num atraso de 6 meses do mesmo, os servidores esclareceram que isso não é verdade, pois os concursos podem ser adiados a qualquer momento, desde que a gestão informe antecipadamente no site do concurso que o mesmo foi adiado, evitando assim recursos judiciais.

As informações prestadas pelos colegas da CPS foram muito importantes para fundamentar o debate da categoria em torno desse tema tão importante.

Em seguida outros servidores se posicionaram afirmando que eventos como o Caiite e o Femufal não são serviços essenciais e que deveriam ser paralisados como todos os outros.

Uma das servidoras da PROEX destacou que os eventos, fora do período de greve, nunca foram tratados com toda essa importância. Segundo ela, inúmeras vezes já teve de ir trabalhar no interior , organizando eventos, sem receber diárias, trabalhou até bem tarde sem jamais receber adicionais noturnos, dentre outros problemas na realização dos eventos que ela expôs à base.

Ao final dos pronunciamentos, a categoria votou de forma quase unânime pela não colaboração com a realização de nenhum concurso e de nenhum evento durante o período de greve. Esse posicionamento será repassado hoje para a gestão da UFAL.


Conclusão

O balanço da assembléia foi muito positivo, pois não somente o comparecimento na assembléia aumentou, como houve um posicionamento mais unificado e foi percebida uma adesão maior da categoria. A greve está crescendo, se fortalecendo e será sentida cada vez mais nas semanas seguintes.

2 comentários: