sábado, 30 de maio de 2015

Servidores do IFAL marcam greve para 15 de maio


O IFAL (Instituto Federal de Alagoas) está se mobilizando para realizar a sua greve de técnicos administrativos, que já tem data marcada para o dia 15 de junho.

Os técnicos do IFAL se encontram no momento sem representação sindical, por conta de uma disputa judicial entre as duas principais chapas que disputaram a gestão do sindicato nas últimas eleições.

Como o problema está demorando a ser resolvido na justiça, os servidores não podem ter acesso aos recursos financeiros do sindicato. Com base nisso, a própria base dos servidores da instituição está se organizando e se auto-financiando para realizar essa greve. Em cada assembléia estão sendo feitas coletas de doações para um fundo de greve que pague todos os custos que necessitarão para fazer visitas as campus e outras atividades.


Apesar de a greve estar marcada para o dia 15, nesta sexta-feira (29/05) a Gestão já foi comunicada que os servidores estrarão em greve.

Segue abaixo trechos de uma notícia publicada o site do sindicato do IFAL:

Servidores do IFAL realizam dia de paralisação (29/05/2015)
Ainda era cedo, quando diversos Técnicos Administrativos começaram a chegar à Reitoria do IFAL. Eles traziam pães, sucos, bolos, frutas e o ideal de lutar pelas 30 horas e contra o ponto eletrônico. O café da manhã, sugestão de apenas 3 câmpus, transformou-se em uma grande atividade de paralisação, que reuniu cerca de 90 servidores de 9 cidades alagoanas, durante a manhã desta sexta-feira, 29. [...]
A carreira dos TAEs e a eleição para a CIS, as 30 horas, o ponto eletrônico e participação dos docentes nesse momento de luta foram alguns dos temas debatidos pelos presentes, que refletiram sobre a situação de greve das universidades e o início da campanha salarial 2015 do SINASEFE [Sindicato Nacional que representa os técnicos dos IFES] e de todo o serviço público federal.
Para Hugo Brandão, professor do câmpus Satuba e membro da comissão de mobilização, não faltam motivações para a greve. “Os TAEs têm o menor piso do funcionalismo federal, não tiveram direito à RSC (Reconhecimento de saberes e Competências - veja este link) e ainda podem ter um aumento da jornada de trabalho, sem um aumento salarial. Da mesma forma, no caso dos docentes, que estão vendo seu poder de compra decair a cada dia e não possuem previsão de reajuste salarial. Sem falar no corte de verbas do orçamento dos Institutos”.
O ponto eletrônico foi outro elemento bastante alertado. Para a comissão, o ponto terá um caráter meramente punitivo, já que não é previsto pagamento de hora extra, e causará gasto de dinheiro público sem necessidade, pois o Ministério do Planejamento autoriza o controle de forma manual.
Além disso, segundo o professor Fabiano, deve atingir todos os servidores, não só os TAEs, como também os docentes.  “Não nos enganemos. No dia em que instalarem o ponto eletrônico, no outro dia vão instalar para os professores. Temos que mobilizar a categoria”, afirmou Fabiano Duarte.
Danielly Sposito, TAE do câmpus Penedo, levantou outro ponto fundamental da luta, a isonomia entre docentes e técnicos. “O perfil dos TAEs não é o mesmo perfil de 20 anos atrás, tem muita gente capacitada e especializada. Mas hoje só quem pode ter grupo de pesquisa é professor doutor, um técnico doutor não pode ter um grupo de pesquisa. Isonomia tem que ser parte da nossa luta”, registrou a servidora.
Durante a paralisação realizada no hall, a representante dos TAEs no Conselho Superior, Jaqueline Lima, protocolou o Comunicado de Greve da categoria em defesa das 30 horas e contra o ponto eletrônico.
Preparado pela comissão, o documento obedece à legislação vigente, a qual exige comunicar a greve ao gestor no prazo mínimo de 48 horas do início da paralisação. Confira abaixo o comunicado.
As reuniões, a assembleia e as paralisações, realizadas até o momento, foram atividades organizadas coletivamente, desde a convocação até o seu financiamento, que contam apenas com a disposição e vontade de lutar da categoria que se organiza, independente do sindicato, que está judicializado e proibido de atuar.
O professor Fabiano Duarte, câmpus Marechal Deodoro, esteve presente nas últimas mobilizações e dirigiu-se aos técnicos dizendo-se contente com o momento de luta. “Eu me sinto muito animado. É um processo de reorganização que está tendo e com muita participação. Mesmo com a dificuldade de não ter, nesse momento, um sindicato, vocês estão fazendo isso. É uma aula de movimento sindical”, afirmou o docente. [...] 
 Quem quiser ver a matéria completa, clique neste link.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Segundo dia de greve: Técnicos Administrativos já pararam em 45 universidades e professores em 18



É com muita alegria que compartilho com vocês a notícia abaixo, que foi publicada no G1:

Em 18 das 63 universidades, os professores decidiram suspender aulas. Servidores técnicos de 45 universidades já pararam suas atividades. 
G1 - Greve afeta 48 universidades federais, dizem sindicatos (29/05/2015)
Quarenta e oito das 63 universidades federais do país têm a rotina afetada por greves que começaram a ser deflagradas na quinta-feira (28), de acordo com dados dos sindicatos.
Balanço divulgado nesta sexta-feira (29) aponta que o movimento atinge instituições de 26 estados, segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e a Federação dos Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).
Do total de 48 universidades afetadas, em 15 há greve conjunta de professores e técnico-administrativos. Em outras três instituições, apenas os professores suspenderam as aulas.
Em 30 universidades apenas funcionários (responsáveis por laboratórios, bibliotecas e áreas administrativas) pararam as atividades.
Há ainda outras quatro instituições nas quais os técnicos decidiram, em assembleia, começar a greve na próxima semana. (Veja abaixo a situação das federais por estado)
Os servidores pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira e aumento de investimentos nas federais. Ao longo dos próximos dias, professores e servidores das demais universidades federais devem fazer assembleias para decidir se participam ou não do movimento nacional.
A data do início da greve havia sido anunciada pelo Andes-SN, após decisão em 16 de maio. Os professores tentam pressionar o governo federal a ampliar o repasse às universidades federais, apesar do corte de R$ 9,42 bilhões no orçamento do MEC.
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse nessa quinta-feira (28) que "as greves  só fazem sentido quando estiverem esgotados os canais de negociação" e rebateu a decisão de professores e técnicos de universidades de entrarem em greve.
Para ler a matéria completa, clique neste link.

A estratégia da Globo de não entrevistar ninguém sobre a greve das Universidades

Todos os alunos são filmados de costas e à distância
Buscando notícias sobre a greve nas universidades, me deparei com uma matéria da afiliada da Rede Globo no Rio de Janeiro a respeito de uma ocupação que os alunos da UFF (Universidade Federal Fluminense) fizeram na reitoria e em outros pontos da universidade por conta da greve dos servidores concursados e dos funcionários terceirizados da limpeza, segurança, dentre outros setores, além do atraso no pagamento das bolsas de alguns alunos.

Havia uma matéria em vídeo sobre o assunto que me chamou a atenção para alguns detalhes:
  • A matéria é curtíssima, tendo apenas 1 minuto, praticamente impossibilitando aprofundar-se no tema.
  • Apenas menciona que os técnicos administrativos e professores estão em greve e mal menciona as razões. Nenhum servidor foi entrevistado.
  • Nenhum aluno que ocupava a reitoria foi entrevistado.
  • Os alunos foram todos filmados à distância e praticamente de costas. 
Percebe-se que uma matéria como essa foi feita simplesmente para dar uma satisfação de que estaria cobrindo o tema, mas o fazem de forma totalmente distante, sem nenhum envolvimento. Nem sequer entrevistaram ninguém. 

Isso no meio audiovisual é feito justamente para que os espectador também se sinta distante daquelas pessoas e não sintam qualquer empatia por elas. Qualquer close ou imagem mais próxima, já aproxima mais o espectador dessas pessoas e por isso esse tipo de recurso não é usado.

Vejam a matéria da TV neste link:

Achei até que eu poderia estar exagerando nessa conclusão, mas em seguida vi outra matéria do mesmo canal, específica sobre a paralisação dos professores, que é ainda mais distanciada do que a primeira matéria.

Sequer é mostrada alguma imagem da universidade, dos técnicos, dos professores ou alunos. Apenas um repórter aparece falando sobre a greve o tempo todo. Essa matéria cria um distanciamento ainda maior. É como se o repórter estivesse falando "Estou falando sobre uma instituição que você não está vendo, que está paralisada pela ação de pessoas que você não conhece, não vai ver a imagem delas nessa reportagem e você deve se esquecer desse assunto logo em seguida. Tenham um Bom dia"

Vejam a segunda matéria da TV neste link.


Resumo da reunião entre o MEC e a Fasubra no dia 22 de maio


No dia 22 de maio, seis dias antes da greve ser iniciada, os integrantes da Fasubra se reuniram com um grupo de membros do governo federal. Participaram o Secretário Executivo do MEC (Ministério da Educação), Luiz Cláudio Costa, representantes da SESU (Secretaria de Educação Superior) e representantes do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão).

Apresentarei aqui um resumo do longo relato da Fasubra sobre a reunião com o MEC. Fiz para facilitar a leitura de vocês. Ao final dele apresento o link para quem se interessar em ler o relato completo. 

É bom lembrar a todos, que toda história possui mais de uma versão. Esta é a versão da Fasubra. Não é possível saber a versão do MEC, pois eles não publicaram nada a respeito no site do ministério. 

De certa forma é de se esperar que o governo não queira publicizar qualquer informação relacionada a problemas na educação.

Também é importante mencionar que, já que a reunião ocorreu antes da greve ser iniciada, talvez alguns dos pontos nos quais o MEC e o MPOG afirmaram que acatariam não estejam mais valendo. Somente numa próxima reunião de negociação é que saberemos o que o governo ainda aceita acatar.

Segue o relato:
O Secretário Executivo Luiz Cláudio, [...] apresentando documento do MEC em resposta aos pontos pautados pela FASUBRA após a Greve de 2014. Disse que o documento continha pontos frutos da última reunião que ocorreu entre a FASUBRA e o MEC.
[...] “O orçamento do MEC para 2015 como já anunciado teve um corte na ordem de R$ 9 bilhões. [...]".  Acrescentou que a Presidente [...] entendeu “que mesmo sendo um ano de ajuste, o orçamento das Universidades vai ser preservado”. Disse ainda que será anunciado liberação de concurso para o quadro de servidores.
Em seguida afirmou o seguinte: “manifesto o meu respeito ao movimento, mas lamento que o processo que se inicia venha com uma greve já marcada [...] A dinâmica de negociação com o governo se inicia agora e por isso lamenta o indicativo de greve no início do novo processo”. 
A FASUBRA manifestou sua posição de que a greve é fruto da inexistência do processo negocial, pois sua pauta vem de 2012, com falta de resolutividade, passando pelo processo de 2014, em que o STJ determinou negociação até junho de 2014, não cumprido pelo governo, que passou a postergar prazos, prometeu responder antes do primeiro turno das eleições e não cumpriu, não respondeu nossos ofícios, [...]
[...] O governo fez questão de afirmar em quase todos os itens que “ACATAVA” e encaminhava ao MPOG alguns desses itens; outras questões ACATAVA e encaminharia para Projeto de Lei (PL), enquanto que em outras “ACATAVA” conforme a lei em vigor. Ou seja, o acatamento não vinha acompanhado de resoluções concretas. O MEC passa para outro espaço do governo para resolver (Legislativo) e as demandas financeiras centrais eram negadas, tais como reposicionamento dos aposentados e EBSERH. As questões salariais eram remetidas à responsabilidade do MPOG. [...]
Informamos também nossa discordância quanto à existência de reuniões entre MEC e ATENS [Sindicato Nacional dos Técnicos de Nível Superior das IFES], pois a entidade que legitimamente representa os TAE é a FASUBRA, [...] acrescentando que também queremos discutir as demandas dos trabalhadores que atuam nos HU [...].
Além  disso, exigiu que o MEC se posicione sobre a notícia veiculada na página da ATENS de que o MEC (SESU) convocou a ATENS para negociar carreira. Reafirmamos que a FASUBRA representa a categoria por força da Lei [...].  [...]a FASUBRA, por possuir registro sindical, é a única entidade legal para negociar os interesses dessa categoria.
O MEC disse que negociação salarial é com a FASUBRA [...] e que não vai receber a ATENS para negociar salário.  Apenas recebeu para dialogar como já recebeu todas as entidades da educação (UNE, ANEL, ANDES [...]). [...]
A FASUBRA questionou ainda sobre o orçamento das Universidades. [...]  O MEC informou que no início do ano foi aprovado o repasse do orçamento, autorizado em 1/12 avos.  A partir dessa data o repasse do orçamento será total.  Na proposta da Lei Orçamentária terá reconstituído o orçamento do MEC. Entretanto, o Ministro em exercício afirmou que o plano de obras e investimentos das Universidades deverá sofrer análise de cada caso, quanto à continuidade das obras, e que o prazo para sua conclusão, será na velocidade do espaço fiscal do governo.
O MEC disse que a justificativa por não ter havido negociação após a Greve de 2014 foi devido à mudança de três Ministros e de equipe nesse período pós reeleição da Presidenta Dilma.
O MPOG disse que em maio vai terminar a recepção das proposições [...].  No mês de junho apresentará  uma proposição às entidades quanto às pautas de impacto financeiro. 
Com relação aos benefícios, disse que a SRT-MPOG apresentou simulações, projeções de reajustes nos benefícios. [..] mas afirma que não há garantias de que os estudos de projeções se traduzam em algum nível de proposta concreta para os trabalhadores. [...] 
Com relação à reabertura de prazo para adesão ao PCCTAE [Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação] – disse que vai ser aberto novo termo para adesão, daqueles que ainda estão no PUCRCE [Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos]. 
Com relação à democratização -  Informaram que o MEC não define como será esse processo nas Universidades. Disse que todas as proposições da ANDIFES (Lei Orgânica) remete às Universidades definir o seu processo de escolha dos dirigentes no âmbito de sua autonomia. 
[...]MPOG em relação ao auxilio creche – disse que a projeção tem duas metodologias. A primeira: reajuste pelo FUNDEB e a segunda pela inflação.  A SRT [Secretaria de Relações de Trabalho do MPOG] vai levar sua posição ao governo.
Até 21 de agosto – o governo tem que apresentar  PL com as despesas de pessoal. O PL orçamentário final é entregue no dia 31 de agosto, mas a tramitação dos projetos tem de estar concluído até o dia 21. Se o disponibilizado no orçamento para despesas com pessoal for insuficiente – o governo vai priorizar o atendimento de evolução de benefícios. [...]
Com relação à Medida Provisória para responder as demandas da FASUBRA cabe à Presidenta da República fazer e tem ainda o risco do Congresso Nacional não acatar, se o assunto não for considerado relevante ou de urgência.[...]
Data Base – é ponto geral da pauta dos SPF´s. Nova reunião em junho para apresentar proposta mais palpável.  O MPOG tem a intenção de fechar as propostas de mais de 40 carreiras.  O MPOG  não quer chegar no mês de agosto para fechar propostas com os servidores públicos, quer antecipar.[...]
Ao final da reunião, [...] uma proposta de minuta de projeto de lei  que altera a Lei 11.091/2005 – PCCTAE:
I[...] II [...] III 3.O art. 2º estende a todos, independentemente do tempo ocupado no cargo ou na instituição, o afastamento parade programas de pós-graduação strictu sensu, que é a extensão do artigo 30 da Lei 12. 772/12 para todos. IV [...]
Quem tiver interesse de ler o texto completo, clique neste link.


quinta-feira, 28 de maio de 2015

Universidades Federais iniciaram greve em 16 estados já no primeiro dia


Cada vez mais dá para perceber que a adesão à greve será muito boa em 2015. A notícia abaixo nos dá uma noção da dimensão do movimento grevista das Universidades Federais, que já decretaram greve em 16 estados.

Abaixo segue uma matéria publicada hoje, 28/05, no G1:
Professores e técnicos de universidades federais de ao menos 16 estados decidiram, em assembleias, paralisar suas atividades a partir desta quinta-feira (28).
A greve começou em universidades federais de Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Pernambucano, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe e Tocantins.
Os servidores pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira e aumento de investimentos nas federais.
Ao longo dos próximos dias, professores e servidores de todas as universidades federais devem fazer assembleias para decidir se participam ou não do movimento nacional.
Assembleias e paralisações na sexta
Os professores da universidade federal do Acre devem parar a partir de sexta-feira (29).
No Mato Grosso do Sul, os professores da UFMS também têm paralisação prevista. Ainda na sexta haverá paralisação dos docentes da UFSC, em Santa Catarina.
No Ceará, professores e técnicos da UFC, UFCA e Unilab ficarão de braços cruzados. No Paraná, a UFPR terá assembleia sobre a adesão ao movimento.
Data marcada
A data do início da greve havia sido anunciada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), após decisão em 16 de maio. Os professores tentam pressionar o governo federal a ampliar o repasse às universidades federais, apesar do corte de R$ 9,42 bilhões no orçamento do MEC.
Em nota, o Ministério da Educação informou na quarta-feira que se reuniu com as entidades em busca de diálogo e foi informado desde o início de que havia data marcada para a greve. "Isto não é diálogo. O diálogo supõe a vontade de ambas as partes de conversar, só recorrendo à greve em último caso", afirma o ministério.
Ao G1, o presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, disse que considera que o MEC cessou o diálogo. "A decisão pela greve foi tomada após uma reunião com o ministério em que disseram não ter compromisso com o acordo de carreira que foi fechado com Secretaria de Educação Superior em 2014."
Em nota, outro sindicato que representa a categoria indicou a continuidade das negociações. "A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (PROIFES-Federação) orientou aos filiados a aguardarem contraproposta do Ministério do Planejamento para então avaliar se a base indicará greve no ensino superior público", informou a Proifes. 
Para ver a matéria completa, clique neste link.

Como foi a primeira Assembléia de Greve dos Técnicos da UFAL


Hoje pela manhã ocorreu a primeira Assembléia de Greve dos Técnicos Administrativos da UFAL na Tenda Cultural, próxima à reitoria.

O comparecimento dos servidores, segundo à lista de presença, que verifiquei cerca de meia hora do fim da assembléia foi superior a 150 servidores.

Além do sindicato, muitos servidores de vários setores se pronunciaram a respeito da greve em seus setores e na UFAL como um todo.

Mencionarei aqui alguns dos trechos mais importantes.

O servidor Emerson Oliveira, que é presidente do Sintufal, destacou a necessidade de lutarmos por uma greve muito forte que realmente paralise as atividades da universidade, apenas mantendo serviços essenciais como pagamento dos funcionários e alunos. Atacou a escala de greve e qualquer outra forma de fazer greve pela metade.

Segundo ele, somente quando conseguirmos parar as atividades ao ponto do reitor poder sentir a greve e avisar ao governo que a Universidade está parada é que o governo sentirá a necessidade de sentar para negociar com os técnicos. Se os trabalhos continuarem caminhando, mesmo que lentamente, a greve não terá muita força. Se há um trabalho que era feito em 3 dias e agora é feito em 8 dias, fica a impressão de que não existe uma greve.

Uma servidora da Progep destacou que a CPS (Coordenação de Processos Seletivos) irá parar 100% nesta greve e que nenhuma contratação de técnico ou professor será feita durante a greve. Segundo ela, se há greve dos professores então não haverá aulas. Se não haverá aulas, não há razão para contratar outros professores. Se os técnicos estão em greve então os setores de trabalho devem parar e portanto não há necessidade de convocar novos servidores neste momento.

Um servidor do DAP destacou que os servidores do seu setor irão aderir à greve e que só irão manter serviços muito essenciais, como aqueles que tenham relação com pagamentos de servidores, pensões relacionadas à falecimento, dentre outros serviços. Segundo ele, é um absurdo o fato de que alguns servidores em greve procuram o DAP para exigir que eles resolvam questões pessoais dos mesmos. Ele informou que quem aparecesse lá pedindo algo do tipo teria o nome citado nas próximas assembléias.

Uma das coordenadoras do Sintufal destacou que no HU (Hospital Universitário) muitos setores irão parar, incluindo alguns que não aderiram às greves passadas. Até mesmo médicos de vários setores já declararam que irão paralisar suas atividades.

Eu fiz a minha intervenção na assembléia e mencionei o fato de que as finanças da UFAL estão na pior situação possível. A UFAL se encontra com tão pouco dinheiro para se manter que se continuasse no mesmo ritmo, não haveria dinheiro o suficiente para pagar as contas em 2015. Fiz um texto aqui no blog com o que falei na assembléia. Leia neste link.

Servidores de vários outros setores como a Biblioteca, PROPEP e de algumas unidades acadêmicas falaram sobre a importância da greve. Destacou-se a importância de não fazermos escalas de trabalho, de não permitirmos que bolsistas façam o trabalho de servidores, de combater as coações e assédios dos superiores em cada setor e que convençamos o restante dos servidores indecisos a entrarem em greve.

Após cerca de 1h30m de assembléia foi realizada uma passeata pela UFAL anunciando que estamos em greve e em seguida fomos até a reitoria, onde todos reunidos gritaram "Vem pra greve vem".





Após a passagem pela reitoria o grupo se dirigiu até o auditório do CIC (Centro de Interesse Comunitário), onde estava ocorrendo a assembléia de greve dos professores para falar com eles e mostrar que os técnicos e professores lutariam lado a lado na greve.

Esse é um resumo do que ocorreu nessa primeira assembléia. Continuarei postando aqui no blog novas informações sobre a greve. Continuem acompanhando...

FASUBRA confirma greve Nacional dos técnicos Administrativos para 28 de maio

Momento da votação sobre a deflagração de greve na Plenária da Fasubra
Para quem não conhece, a FASUBRA (Federação Nacional de trabalhadores Técnico-Administrativos das Instituições de Ensino Superior do Brasil) é um sindicato nacional no qual estão filiados os sindicatos que representam os técnicos administrativos de cada Universidade Federal. Só no nordeste há 10 sindicatos filiados à entidade.

Nos dias 23 e 24 de maio houve uma Plenária Nacional para decidir se os técnicos administrativos deveriam entrar em greve neste momento ou não.

Segue o texto publicado no site da Fasubra no último dia 25 de maio.
A Plenária Nacional da FASUBRA, considerando o descaso e inexistência de negociação por parte do Governo, que perdura há anos na relação estabelecida, e cuja inexistência negocial foi reconhecida pela própria representação do Governo na reunião de 22 de maio último, na qual foram apresentadas posições do Governo que efetivamente não acatam a centralidade de nossas demandas, e ainda diante dos novos cortes que estão sendo anunciados, resolve pela DEFLAGRAÇÃO DE GREVE NACIONAL a partir de 28 DE MAIO.
 A greve que vai se instalar no próximo dia 28 de maio tem como caracterização o movimento dos técnico-administrativos em educação da carreira do PCCTAE, articulando-se com a construção de ações na educação e no conjunto dos trabalhadores do setor público, e de uma greve geral para a derrubada da politica econômica e fiscal levada a cabo atualmente, e que penaliza a população brasileira. O dia 29 de maio será um momento relevante, e primeira tarefa de nossa greve, na construção das manifestações e ações conjuntas com as centrais sindicais, na luta contra o ajuste fiscal, as terceirizações, e as medidas que retiram direitos, como as expressas nas medidas provisórias 664 e 665.
 Entretanto, a produção desse processo deve passar, necessariamente, pela greve especifica da categoria e organizar a luta em busca de uma vitória concreta, sem prejuízo para a articulação com outras categorias em greve do setor da educação e dos trabalhadores do serviço público federal. Nessa perspectiva a direção nacional da FASUBRA e suas entidades de base estarão à disposição para construir ações e atividades unificadas com a perspectiva de acumular forças para derrotar o ajuste fiscal do governo. O fim dos cortes na educação, a defesa dos 10% do PIB já para a educação, a democratização das Instituições, o fim da terceirização e a exigência que o governo negocie efetivamente com as categorias em greve e atenda suas pautas especificas são eixos que unificam as entidades da educação federal que estão em luta.
 Nesse sentido, defendendo o conjunto de proposições já posto na pauta protocolada junto ao governo, bem como no conjunto de propostas elencadas no XXII CONGRESSO NACIONAL DA FASUBRA, nossa ação deve se materializar em:

O restante do texto consiste da Pauta da greve. Vou destacar aqui alguns dos pontos mais importantes:
Reposição de Perdas e Aprimoramento da Carreira:
Índice de 27,3% no piso da tabela considerando as perdas de janeiro de 2011 a julho de 2016;
[...] piso de três salários mínimos e step de 5%; reposicionamento dos aposentados e pensionistas, e concurso público via RJU para todos os níveis de classificação;
[...] Reconhecimento dos certificados de capacitação dos aposentados quando os mesmos se encontravam na ativa;
Aproveitamento de disciplinas de curso de graduação e pós-graduação para todas as classes do PCCTAE para fins de progressão por capacitação;
[...] Efetivação do Plano Nacional de Capacitação lançado em 2013;
Extensão, para os Técnico-Administrativos em Educação, do art. 30 da lei 12772/12, que trata de afastamento para realização de estudos de pós-graduação (Veja neste link do que se trata. Vá até o artigo 30);

Condições de Trabalho e Qualidade no Serviço Público
Turnos contínuos com redução da jornada de trabalho para 30 horas, sem ponto eletrônico e sem redução de salário;
Pela revogação da Lei que cria a EBSERH para gerir os Hospitais Universitários das Instituições Federais de Ensino e pela contratação de trabalhadores via concurso público (RJU);
[...] Pela suspensão imediata dos cortes orçamentários nas Instituições de Ensino e recomposição do orçamento;
Construção/ampliação de creches nas Instituições Federais de Ensino [...]
Quem quiser ver a Pauta Nacional completa acesse este link.

Opinião: As UFES e IFES estão quase sem dinheiro - o que fazer?



Por: Fabiano Amorim

Nesta quarta-feira, dia 27, fiquei sabendo da informação de que a Proginst (Pró-Reitoria de Gestão Institucional) estaria aliviada pelo fato de haver greve.

Segundo o a informação, a situação financeira da UFAL está tão caótica que se continuasse do jeito que estava, sem a greve, a UFAL teria de fechar já em outubro, por falta de dinheiro.

Isso ocorre não somente pelo corte de 9,42 bilhões que o Ministério da Educação (terceiro ministério mais afetado) sofreu, mas também pelo fato de que, mesmo com os cortes, as universidades e Institutos Federais não estão recebendo sequer a parte prometida do orçamento.

Com isso, vai faltando recursos para Bolsas, serviços de funcionários terceirizados e até para obras.

Recentemente, na UFRJ, várias unidades fecharam as portas por falta de serviços de segurança e limpeza (notícia aqui). Em breve isso chegará em outras universidades. 

Diante dessa situação, pode-se pensar: qual a vantagem que existe para a Gestão em se opor à greve neste momento? Qual o sentido que isso faz?

A Gestão vai aguardar que não sobre mais nenhum recurso para fazer algo?

Se chegar a esse ponto, que Gestão vai existir? Qual Universidade vão administrar sem dinheiro algum?

Diante disso, a única decisão sensata que os reitores das universidades e Institutos Federais deveriam tomar seria a de se organizarem e pressionarem o governo para garantir os recursos das universidades, sob ameaça deles próprios decretarem o fechamento as instituições.

Mas aí é sonhar demais. As Gestões das UFES e IFES não vão fazer isso. Por incrível que pareça, as gestões preferem afundar no navio junto com o governo do que pular do barco, mesmo quando ele dá claros sinais de que está afundando.

Com esse cenário, dá para perceber que, sem dúvida, este é o melhor momento para fazer esta greve. Ou brigamos agora ou daqui a pouco não haverá quase nada pelo que brigar.

Se chegarmos a um ponto de sucateamento das Universidades, como ocorreu durante o período FHC, não estaremos mais brigando por aumentos salariais, melhoria na carreira, nem algo do tipo. Estaremos brigando contra o fechamento das universidades e até contra tentativas de privatizá-las, que certamente virão.

Portanto vamos nos juntar para fortalecer a greve, convencendo nossos colegas de trabalho para que parem completamente as suas atividades. Fazer escala não é fazer greve. Nossa greve precisa ser sentida. Para a greve nacional ser forte é preciso que ela seja forte localmente também. Com cada universidade fazendo a sua parte é a única chance que temos de talvez chegar num resultado positivo para todos. Sem luta o resultado já está definido. É corte e nada de aumento.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Comercial do Novo Shopping da Câmara dos deputados


O Humorista Rafucko fez um vídeo bem interessante sobre o Shopping que querem construir ao lado do Congresso Nacional. Confiram...




Pois é pessoal. Para a educação é só navalha, mas para o congressistas e seus partidos não há crise financeira. Chegaram a esse absurdo de propor a criação desse shopping.

Se quiser ver outros vídeos do humorista, acesse o site rafucko.com

Aluno sobre a greve: "Me sinto mais prejudicado pelo corte de 9 bilhões da educação"

André de Albuquerque, estudante de direito da UFAL
Apresento a vocês o relato do aluno do curso de direito da UFAL, André de Albuquerque, que presenciou, indignado, um repórter da TV Pajuçara comentando que a greve dos professores e técnicos da universidade prejudicaria os alunos.
Hoje pela manhã, enquanto eu passava pelo prédio da Reitoria, encontrei uma equipe de reportagem da TV Pajuçara produzindo uma matéria sobre a greve dos técnicos e professores da UFAL que se inicia nesta quinta-feira. Passei no exato momento em que o repórter dizia: “Já os estudantes se sentem prejudicados com a interrupção do calendário acadêmico...”.
De fato, eu, estudante, assim como tantos outros, me sinto prejudicado com a interrupção do calendário acadêmico. Mas, mais que isto, eu me sinto prejudicado com o corte de RS 9 bilhões que o governo Dilma estabeleceu para a educação. Me sinto prejudicado porque, mesmo sem greve, a universidade não tem orçamento pra funcionar até o fim deste ano letivo. Me sinto prejudicado porque existem várias obras paralisadas por falta de recursos. Me sinto prejudicado porque minha unidade acadêmica só tem um projetor. Me sinto prejudicado porque sofro com os recorrentes atrasos no pagamento da minha bolsa.
Há centenas de estudantes que se sentem prejudicados porque o reitor Eurico Lôbo suspendeu o edital de assistência estudantil neste período ou porque têm que pagar três reais por dia pra comer no RU. Me sinto prejudicado com a ameaça de ter professores terceirizados. Me sinto prejudicado porque quando eu concluir a minha graduação quero ter a possibilidade de prestar concurso público e ter garantidos os direitos trabalhistas historicamente conquistados.
Esta greve não é só pelos interesses corporativos (e legítimos) dos servidores das Universidades Federais brasileiras. É pela defesa do caráter público da universidade. É também pelo direito que nós, alunos, temos de estudar, pesquisar e praticar extensão de forma decente. Aos trabalhadores, meu apoio incondicional e minha adesão à sua greve e nossa luta! Nenhum centavo a menos para a educação pública!
É sempre assim. Quando se iniciam as greves das universidades, a imprensa faz o possível para destacar o máximo os prejuízos da greve e mal dá espaço para os servidores falarem sobre as razões da greve. Tentam sempre passar a imagem dos servidores preguiçosos e malvados que atrapalham a vida dos alunos com suas intermináveis greves.