quinta-feira, 28 de maio de 2015

Opinião: As UFES e IFES estão quase sem dinheiro - o que fazer?



Por: Fabiano Amorim

Nesta quarta-feira, dia 27, fiquei sabendo da informação de que a Proginst (Pró-Reitoria de Gestão Institucional) estaria aliviada pelo fato de haver greve.

Segundo o a informação, a situação financeira da UFAL está tão caótica que se continuasse do jeito que estava, sem a greve, a UFAL teria de fechar já em outubro, por falta de dinheiro.

Isso ocorre não somente pelo corte de 9,42 bilhões que o Ministério da Educação (terceiro ministério mais afetado) sofreu, mas também pelo fato de que, mesmo com os cortes, as universidades e Institutos Federais não estão recebendo sequer a parte prometida do orçamento.

Com isso, vai faltando recursos para Bolsas, serviços de funcionários terceirizados e até para obras.

Recentemente, na UFRJ, várias unidades fecharam as portas por falta de serviços de segurança e limpeza (notícia aqui). Em breve isso chegará em outras universidades. 

Diante dessa situação, pode-se pensar: qual a vantagem que existe para a Gestão em se opor à greve neste momento? Qual o sentido que isso faz?

A Gestão vai aguardar que não sobre mais nenhum recurso para fazer algo?

Se chegar a esse ponto, que Gestão vai existir? Qual Universidade vão administrar sem dinheiro algum?

Diante disso, a única decisão sensata que os reitores das universidades e Institutos Federais deveriam tomar seria a de se organizarem e pressionarem o governo para garantir os recursos das universidades, sob ameaça deles próprios decretarem o fechamento as instituições.

Mas aí é sonhar demais. As Gestões das UFES e IFES não vão fazer isso. Por incrível que pareça, as gestões preferem afundar no navio junto com o governo do que pular do barco, mesmo quando ele dá claros sinais de que está afundando.

Com esse cenário, dá para perceber que, sem dúvida, este é o melhor momento para fazer esta greve. Ou brigamos agora ou daqui a pouco não haverá quase nada pelo que brigar.

Se chegarmos a um ponto de sucateamento das Universidades, como ocorreu durante o período FHC, não estaremos mais brigando por aumentos salariais, melhoria na carreira, nem algo do tipo. Estaremos brigando contra o fechamento das universidades e até contra tentativas de privatizá-las, que certamente virão.

Portanto vamos nos juntar para fortalecer a greve, convencendo nossos colegas de trabalho para que parem completamente as suas atividades. Fazer escala não é fazer greve. Nossa greve precisa ser sentida. Para a greve nacional ser forte é preciso que ela seja forte localmente também. Com cada universidade fazendo a sua parte é a única chance que temos de talvez chegar num resultado positivo para todos. Sem luta o resultado já está definido. É corte e nada de aumento.

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