No dia 22 de maio, seis dias antes da greve ser iniciada, os integrantes da Fasubra se reuniram com um grupo de membros do governo federal. Participaram o Secretário Executivo do MEC (Ministério da Educação), Luiz Cláudio Costa, representantes da SESU (Secretaria de Educação Superior) e representantes do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão).
Apresentarei aqui um resumo do longo relato da Fasubra sobre a reunião com o MEC. Fiz para facilitar a leitura de vocês. Ao final dele apresento o link para quem se interessar em ler o relato completo.
É bom lembrar a todos, que toda história possui mais de uma versão. Esta é a versão da Fasubra. Não é possível saber a versão do MEC, pois eles não publicaram nada a respeito no site do ministério.
De certa forma é de se esperar que o governo não queira publicizar qualquer informação relacionada a problemas na educação.
Também é importante mencionar que, já que a reunião ocorreu antes da greve ser iniciada, talvez alguns dos pontos nos quais o MEC e o MPOG afirmaram que acatariam não estejam mais valendo. Somente numa próxima reunião de negociação é que saberemos o que o governo ainda aceita acatar.
Também é importante mencionar que, já que a reunião ocorreu antes da greve ser iniciada, talvez alguns dos pontos nos quais o MEC e o MPOG afirmaram que acatariam não estejam mais valendo. Somente numa próxima reunião de negociação é que saberemos o que o governo ainda aceita acatar.
Segue o relato:
O Secretário Executivo Luiz Cláudio, [...] apresentando documento do MEC em resposta aos pontos pautados pela FASUBRA após a Greve de 2014. Disse que o documento continha pontos frutos da última reunião que ocorreu entre a FASUBRA e o MEC.
[...] “O orçamento do MEC para 2015 como já anunciado teve um corte na ordem de R$ 9 bilhões. [...]". Acrescentou que a Presidente [...] entendeu “que mesmo sendo um ano de ajuste, o orçamento das Universidades vai ser preservado”. Disse ainda que será anunciado liberação de concurso para o quadro de servidores.
Em seguida afirmou o seguinte: “manifesto o meu respeito ao movimento, mas lamento que o processo que se inicia venha com uma greve já marcada [...] A dinâmica de negociação com o governo se inicia agora e por isso lamenta o indicativo de greve no início do novo processo”.
A FASUBRA manifestou sua posição de que a greve é fruto da inexistência do processo negocial, pois sua pauta vem de 2012, com falta de resolutividade, passando pelo processo de 2014, em que o STJ determinou negociação até junho de 2014, não cumprido pelo governo, que passou a postergar prazos, prometeu responder antes do primeiro turno das eleições e não cumpriu, não respondeu nossos ofícios, [...]
[...] O governo fez questão de afirmar em quase todos os itens que “ACATAVA” e encaminhava ao MPOG alguns desses itens; outras questões ACATAVA e encaminharia para Projeto de Lei (PL), enquanto que em outras “ACATAVA” conforme a lei em vigor. Ou seja, o acatamento não vinha acompanhado de resoluções concretas. O MEC passa para outro espaço do governo para resolver (Legislativo) e as demandas financeiras centrais eram negadas, tais como reposicionamento dos aposentados e EBSERH. As questões salariais eram remetidas à responsabilidade do MPOG. [...]
Informamos também nossa discordância quanto à existência de reuniões entre MEC e ATENS [Sindicato Nacional dos Técnicos de Nível Superior das IFES], pois a entidade que legitimamente representa os TAE é a FASUBRA, [...] acrescentando que também queremos discutir as demandas dos trabalhadores que atuam nos HU [...].
Além disso, exigiu que o MEC se posicione sobre a notícia veiculada na página da ATENS de que o MEC (SESU) convocou a ATENS para negociar carreira. Reafirmamos que a FASUBRA representa a categoria por força da Lei [...]. [...]a FASUBRA, por possuir registro sindical, é a única entidade legal para negociar os interesses dessa categoria.
O MEC disse que negociação salarial é com a FASUBRA [...] e que não vai receber a ATENS para negociar salário. Apenas recebeu para dialogar como já recebeu todas as entidades da educação (UNE, ANEL, ANDES [...]). [...]
A FASUBRA questionou ainda sobre o orçamento das Universidades. [...] O MEC informou que no início do ano foi aprovado o repasse do orçamento, autorizado em 1/12 avos. A partir dessa data o repasse do orçamento será total. Na proposta da Lei Orçamentária terá reconstituído o orçamento do MEC. Entretanto, o Ministro em exercício afirmou que o plano de obras e investimentos das Universidades deverá sofrer análise de cada caso, quanto à continuidade das obras, e que o prazo para sua conclusão, será na velocidade do espaço fiscal do governo.
O MEC disse que a justificativa por não ter havido negociação após a Greve de 2014 foi devido à mudança de três Ministros e de equipe nesse período pós reeleição da Presidenta Dilma.
O MPOG disse que em maio vai terminar a recepção das proposições [...]. No mês de junho apresentará uma proposição às entidades quanto às pautas de impacto financeiro.
Com relação aos benefícios, disse que a SRT-MPOG apresentou simulações, projeções de reajustes nos benefícios. [..] mas afirma que não há garantias de que os estudos de projeções se traduzam em algum nível de proposta concreta para os trabalhadores. [...]
Com relação à reabertura de prazo para adesão ao PCCTAE [Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação] – disse que vai ser aberto novo termo para adesão, daqueles que ainda estão no PUCRCE [Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos].
Com relação à democratização - Informaram que o MEC não define como será esse processo nas Universidades. Disse que todas as proposições da ANDIFES (Lei Orgânica) remete às Universidades definir o seu processo de escolha dos dirigentes no âmbito de sua autonomia.
[...]MPOG em relação ao auxilio creche – disse que a projeção tem duas metodologias. A primeira: reajuste pelo FUNDEB e a segunda pela inflação. A SRT [Secretaria de Relações de Trabalho do MPOG] vai levar sua posição ao governo.
Até 21 de agosto – o governo tem que apresentar PL com as despesas de pessoal. O PL orçamentário final é entregue no dia 31 de agosto, mas a tramitação dos projetos tem de estar concluído até o dia 21. Se o disponibilizado no orçamento para despesas com pessoal for insuficiente – o governo vai priorizar o atendimento de evolução de benefícios. [...]
Com relação à Medida Provisória para responder as demandas da FASUBRA cabe à Presidenta da República fazer e tem ainda o risco do Congresso Nacional não acatar, se o assunto não for considerado relevante ou de urgência.[...]
Data Base – é ponto geral da pauta dos SPF´s. Nova reunião em junho para apresentar proposta mais palpável. O MPOG tem a intenção de fechar as propostas de mais de 40 carreiras. O MPOG não quer chegar no mês de agosto para fechar propostas com os servidores públicos, quer antecipar.[...]
Ao final da reunião, [...] uma proposta de minuta de projeto de lei que altera a Lei 11.091/2005 – PCCTAE:
I[...] II [...] III 3.O art. 2º estende a todos, independentemente do tempo ocupado no cargo ou na instituição, o afastamento parade programas de pós-graduação strictu sensu, que é a extensão do artigo 30 da Lei 12. 772/12 para todos. IV [...]Quem tiver interesse de ler o texto completo, clique neste link.
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